Por Junior Almeida
Vez por outra, ao saber de certas histórias ou causos, eu escrevo e posto em
minhas redes sociais. Alguns destes textos foram também publicados em meus
livros, portanto, muitos não são inéditos. Pensando em levar as histórias da
terrinha sempre mais longe, aproveito a maravilhosa ferramenta da internet,
para que mais e mais pessoas, sejam elas de Capoeiras ou não, tenham
conhecimento do que acontece ou aconteceu por aqui. Uma dessas deliciosas
histórias aconteceu na área rural do município, quando moradores locais
serviram de figurantes nas filmagens de um filme, texto esse, que disponibilizo
abaixo. Foi assim:
Em
2009 o município de Capoeiras serviu de cenário para gravações de algumas cenas
do filme LULA; O FILHO DO BRASIL. A cena rodada em frente da bodega de Nídeo,
às margens da PE 193, no Sítio Lagartixa, simulava a saída da família do menino
Lula do pequeno comércio de Tozinho, no Sítio Várzea Comprida em Caetés em
dezembro de 1952.
Parte
da estrada, que nessa época ainda era de terra batida, estava fechada pela
polícia, que auxiliava nas gravações da película. Muitos curiosos estavam
presentes para ver toda aquela parafernália cinematográfica e tietar os atores, principalmente a
estrela Glória Pires, a Dona Lindú do filme, que tinha um trailer/camarim
exclusivo no terreiro de uma casa próxima.
O
diretor Fábio Barreto comandava tudo de sua cadeira, e dava ordens para seu
contra regras botar ordem no ambiente. Paulão, um negão com uns dois metros de
altura, bombadão, que parecia mais um
guarda roupa, carioca da gema, era quem falava alto para organizar tudo. Antes
de começar a gravar, com sua voz rouca e seu sotaque carregado no carioca, ele
gritou:
Senhoras e senhores, por favor. Desliguem seus celulares, alarmes de
relógios, façam o máximo de silêncio, que vamos gravar!
Quem
estava lá atendeu, e pode ouvir perfeitamente o diretor gritar:
Gravando!
Os
figurantes começaram a se movimentar em cena, em seguida os atores. Um artista
pernambucano representava Zé de Né, o homem que levou o ex-presidente para o
Sudeste no pau de arara, bateu palmas e falou alto, dizendo que todos
embarcassem que o destino era São Paulo. Fazia parte da cena. Com alguns
minutos de gravação um fato curioso e inesperado aconteceu, que nem o contra
regras Paulão, poderia ter previsto.
Um
jegue preso no curral próximo à casa onde estava o camarim de Glória Pires,
começou a zurrar bem alto. O pior de tudo, para a equipe de filmagem, é claro,
é outro animal um pouco mais distante, respondeu a "fala" do bicho, e
também tome zoada, ou zurrada.
Foi
hilário. Ninguém se segurou. Atores, diretores, figurantes e curiosos. Todos
caíram na rizada. Fábio Barreto usou seu megafone e pediu:
Senhores! Alguém, pelo amor de Deus, tirem esses jegues daqui. Levem
para bem longe!
*Foto: Set de filmagem do filme, no
Sítio Lagartixa, em Capoeiras.
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